quarta-feira, 10 de março de 2010

Voluntários Ambientais






O amigo fotógrafo Paulo Chaffin registrou esta imagem em que eu conferia duas vítimas do acidente com óleo que não resistiram apesar de diversos banhos com água morna e cada pena lavada com cuidado e carinho pelos nossos voluntários.

"Nunca duvide da capacidade de um pequeno grupo de dedicados cidadãos para mudar rumos do planeta. Na verdade, eles são a única esperança para que isso possa ocorrer" - Margaret Mead


Em janeiro de 2000, por ocasião do vazamento de óleo na Baía de Guanabara, fotografei as aves cheias de óleo para que ninguém pudesse dizer mais tarde que aquilo não tinha acontecido, e para que não esquecêssemos das conseqüências de nossas escolhas. Nem empresas, nem governos, nem consumidores ou cidadãos querem que novos acidentes ambientais como este voltem a acontecer, mas enquanto nossa decisão for pelo uso do petróleo, esta é uma possibilidade bem concreta. Na ocasião, recolhemos centenas animais cheios de óleo, com a ajuda de mais de 200 voluntários ambientais, leitores e parceiros que atenderam a nossa convocação para, em vez de continuarem como passivos observadores do desastre, decidissem colocar a ‘mão na massa’. Esses bravos colaboradores fizeram a diferença no resgate e recuperação dos animais vítimas daquele enorme desastre ambiental, que de outra forma estariam condenadas à morte, embora a taxa de mortalidade ficasse em torno de 50%!

Saímos mais fortalecidos e maduros deste triste episódio. A própria Petrobrás, responsável direta pelo vazamento, investiu na modernização de suas instalações, no treinamento de seu pessoal, na aquisição de tecnologias ambientais para a prevenção de acidentes ambientais. Pelo nosso lado, descobrimos que não bastava ter boa vontade ambiental e disposição para o trabalho voluntário! Descobrimos que estávamos completamente despreparados para a tarefa, além de não dispor dos equipamentos necessários. Na ocasião, o presidente da Petrobrás desceu de helicóptero junto a uma de nossas equipes de voluntários, no manguezal de Magé, onde nos esforçávamos para resgatar as aves cheias de óleo, e viu nossas dificuldades, de capacitação e de equipamentos. Comprometeu-se em nos ajudar. Encaminhamos, a seu pedido, um projeto que visava capacitar e mobilizar os voluntários ambientais através da realização sistemática de mutirões ecológicos. Conseguimos que a Petrobrás nos financiasse três mutirões, o que permitiu treinar e mobilizar mais de 500 jovens voluntários. Em 2002, retiramos em 28 de julho cerca de 10 toneladas de lixo flutuante que chega pelas águas da poluída Baía de Guanabara na praia da Ilha do Fundão, no Rio de Janeiro. Em 22 de dezembro, retiramos cerca de 6 toneladas de areia que entopem o lago da Cascatinha, no Parque Nacional da Floresta da Tijuca. Em 6 de abril de 2003, recolhemos 1 tonelada de lixo jogado por banhistas no rio ao lado da Reserva Biológica do Tinguá (RJ, com a ajuda dos calouros e estudantes de Geografia da UFF – Universidade Federal Fluminense, que trocaram seu trote pelo mutirão ecológico, a ONG Onda Verde, e os alunos e professores do UBEU.

Tentamos renovar o patrocínio com a Petrobras, mas infelizmente, talvez pela mudança na presidência da empresa, não obtivemos mais sucesso. Uma pena, pois hoje teríamos um enorme contingente de voluntários ambientais capacitados na prática para agir em novos casos de acidentes ambientais, que nenhum de nós quer que aconteça, mas que é certo acontecer enquanto a opção por pelo uso do petróleo.

“Vilmar tem feito um trabalho sério e constante em favor do entendimento das causas ambientais por uma parcela cada vez maior da sociedade.” - GREENPEACE - Renato Guimarães e Paulo Adário


“Vilmar tem o espírito do construtor de catedrais da idade média: começar, mesmo sabendo que a obra final outro é que vai ver.” - ROBERTO MESSIAS FRANCO, geógrafo e ambientalista mineiro, foi presidente do IBAMA na gestão do Ministro Carlos Minc. Ex-diretor para a América Latina do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente foi ainda diretor da União Internacional para a Conservação da Natureza, entidade que reúne 750 ONGs de 70 países.


“Vilmar representa um grupo de ambientalistas que não desiste de lutar pelos ideais de um cidadão emancipado que possa definir a qualidade da vida cotidiana, pela associação da justiça ecológica com a social e por uma ação militante que articule competentemente a dimensão da denúncia, da pressão e do confronto político com a realização das parcerias para a viabilização de necessárias melhorias imediatas.” - Prof. CARLOS FREDERICO B. LOUREIRO - Professor da Faculdade de Educação da UFRJ - Coordenador do Curso de Pedagogia da FE/UFRJ - Sub-Coordenador do Grupo de Estudos em Educação Ambiental – FE/UFRJ

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